segunda-feira, 11 de abril de 2011

História Geral da África é lançada em SP

Mais importante obra de referência sobre o continente está disponível para download gratuito na internet e vai subsidiar ensino do tema

   

6 de abril de 2011 foi um dia de festa no Tucarena. O anfiteatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi palco de um evento considerado histórico para o movimento negro brasileiro: o lançamento da primeira edição integral em português da coleção História Geral da África – Unesco.

   Em oito volumes, a obra é o mais importante estudo já realizado sobre o continente e sua produção foi muito mais do que um projeto de erudição acadêmica. Trata-se de uma importante empreitada política, como lembrou Petronilha Gonçalves da Silva, professora titular de ensino e aprendizagem de relações étnico-raciais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da mesma instituição.

   A coleção começou a ser elaborada por um comitê científico reunido pela Unesco na década de 1960, logo após as independências dos países africanos, que até então eram, em sua grande maioria, colônias de potências europeias. O objetivo era produzir uma obra para provar que uma das máximas da historiografia do século XIX e da primeira metade do XX não passava de preconceito e mistificação: a de que a África era um continente sem história.

   Essa afirmação infundada e preconceituosa se baseava na concepção de história elaborada pelo filósofo alemão Friedrich Hegel no século XIX, segundo a qual só os povos que criaram Estados e sistemas de escrita possuíam consciência de sua própria trajetória ao longo dos séculos. Os demais eram os chamados “povos sem história”.

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