segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sotaques paulistas viram documento

Falas típicas dos descendentes de italianos e do interior de São Paulo podem ser servem de base para pesquisas históricas e podem até virar patrimônio


   São Paulo tem dois sotaques característicos: o jeito italianado de falar da capital e os erres pronunciados do interior. Agora, um deles pode se tornar patrimônio tombado e o outro, fonte histórica para explicar as migrações internas do país.

    O bairro paulistano cujo sotaque é mais evidente é a Mooca, que recebeu a maior parte dos imigrantes italianos na virada do século XIX para o XX. Esse linguajar, documentado nas canções de Adoniran Barbosa ou nos textos de Juó Bananère e repleto de expressões como “orra, meu” e “belo”, vem se perdendo. Por isso, o vereador Juscelino Gadelha entrou com um pedido de tombamento do sotaque da Mooca como bem imaterial protegido da cidade.

    Antes de os italianos chegarem, porém, havia outro tipo de sotaque em São Paulo. Aquele que hoje é tido como típico linguajar caipira teve sua origem na capital, segundo um grupo de pesquisa da Universidade de São Paulo.

    Os bandeirantes e tropeiros é que o teriam levado para povoados mais distantes nos séculos XVII e XVIII. A relação está sendo estudada por Manoel Mourivaldo Santiago Almeida, professor da USP e coordenador do Projeto Caipira, que desde 2007 analisa a formação da identidade paulista a partir da língua portuguesa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Caminho de Santiago nas telas

Novo filme de Bruna Lombardi retoma a mística da famosa rota de peregrinação pelo norte da Espanha surgida no século IX





   Estreiou na sexta-feira, 19 de agosto, o filme Onde está a felicidade?, que traz Bruna Lombardi no papel de Teodora, uma chefe de cozinha que decide fazer a famosa peregrinação pelo caminho de Santiago de Compostela depois de passar por uma crise amorosa.

    Ao contrário do que se poderia imaginar, a produção não é um drama, mas sim uma comédia romântica. Depois de pegar o marido fazendo sexo virtual com outra mulher e perder o emprego, Teodora decide fazer a peregrinação pelo norte da Espanha para refletir sobre a vida e buscar as respostas que lhe faltam nesse momento de crise.

    O filme acompanha a viagem da protagonista, que percorre 790 quilômetros a pé acompanhada do amigo Zeca (Marcello Airoldi), interessado em transformar a viagem em um lucrativo programa de televisão, e da espanhola Milena (Marta Larralde). O filme traz belíssimas imagens das estradas do norte da Espanha e explora a mística do caminho de Santiago de Compostela, que fascina o público brasileiro desde 1987, quando o livro O diário de um mago, de Paulo Coelho, resgatou a história dessa antiga rota de peregrinação.

    A popularidade do tema chamou a atenção para um fenômeno que muitos consideravam coisa do passado: as grandes peregrinações. Surgidas nos últimos séculos do Império Romano, as expedições rumo aos lugares sagrados do cristianismo viveram seus dias de glória durante a Idade Média, mas entraram em declínio a partir do século XVI, com o avanço da secularização e do pensamento científico. 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma identidade para Mona Lisa

Estudiosos alemães acreditam ter identificado a mulher que serviu de modelo para o mais famoso quadro de Leonardo Da Vinci



   A polêmica sobre a identidade da mulher que inspirou a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, pode tomar um novo rumo. Segundo especialistas, o artista teria pintado o retrato de sua mãe, Caterina, ou da princesa Isabela, de Nápoles. Há quem diga que a mulher seria a nobre espanhola Costanza D’Avalos ou a modelo Cecília Gallerani. Outros sugerem ainda que as expressões masculinizadas da figura poderiam ser de Gian Giacomo Caprotti, aprendiz e possível amante de Da Vinci.

   Recentemente, pesquisadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, descobriram que em 1503 o artista italiano trabalhou no retrato de Lisa Gherardini del Giocondo, esposa de um comerciante de seda. Seu sobrenome seria a razão para que a obra ficasse conhecida como La Gioconda.

   Para confirmar essa hipótese, a sepultura onde a italiana foi enterrada em 1542, no Convento de Santa Úrsula, em Florença, foi aberta. Os próximos passos são reconstituir a face de Lisa e comparar seu material genético com o de seus filhos, enterrados na mesma cidade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Um arquivo digital da Primeira Guerra

Cartas, diários, fotos de familiares, relatos de combates e outros documentos são reunidos em site criado em memória ao centenário do conflito


   Para marcar o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, a Universidade de Oxford e a Europeana, arquivo digital multilíngue que reúne vasto material sobre o patrimônio cultural e científico produzido na Europa, trabalham em um projeto para retratar a guerra pela ótica de quem a viveu.

   Os organizadores estão criando um grande arquivo que vai reunir fotos de família, cartas, diários e histórias inéditas das frentes de guerra em várias partes do mundo. O objeto é recriar o cotidiano dos cidadãos comuns durante os quatro anos do conflito, que provocou uma média de 8 mil vidas perdidas por dia.

   Além de contribuir para o trabalho de historiadores, o projeto rendeu exposições itinerantes no Reino Unido, que serão levadas para França, Bélgica, Polônia, Países Bálticos, Bálcãs, Áustria e Itália. Atualmente, uma equipe da Europeana trabalha na Alemanha reunindo suvenires da época. A equipe espera ter o arquivo pronto até 2014, quando será possível acessar documentos públicos e privados e reconstruir os fatos de pontos de vista diferentes.

   O conteúdo do site já está parcialmente acessível, inclusive em português, no endereço eletrônico http://www.europeana.eu/portal/.
http://www.europeana.eu/portal/.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Site rastreia bens roubados por nazistas

Ferramenta de busca permite que famílias localizem objetos de arte, livros e documentos confiscados ou perdidos durante o III Reich



   Uma ferramenta internacional de pesquisa foi criada nos Estados Unidos para ajudar a localizar bens perdidos durante o período nazista. O International Research Portal possibilita que famílias investiguem o paradeiro de objetos confiscados, perdidos ou roubados durante a dominação do III Reich, tais como objetos de arte, livros e documentos.

   O site facilita o trabalho de historiadores, permitindo o acesso a inúmeras fontes de consulta, como os arquivos nacionais dos Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Bélgica, e instituições como o Museu Histórico alemão e o Memorial do Holocausto americano, entre outras. A página disponibiliza diversos relatórios que discorrem sobre a restituição de obras de arte, investigações de crimes envolvendo objetos do gênero e sobre as condições de arquivos e bibliotecas nos anos seguintes ao final do nazismo. Além de acessar os artigos acadêmicos disponíveis é possível compartilhar as pesquisas realizadas.