Filme Uma longa viagem faz um retrato do autoritarismo político, do experimentalismo e do abuso de drogas que marcaram as décadas de 1960 e 1970
Na década de 1960,
a família de Heitor decidiu mandá-lo ao exterior para evitar que ele
entrasse na luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Durante
nove anos ele deu a volta ao mundo duas vezes, e tudo parecia bem a
julgar pelas cartas que mandava para a família, até que um dia ele
apareceu internado em uma casa de saúde na Índia. Esse é o ponto de
partida do outro lado dessa história, que sua irmã, a cineasta e
ex-presa política Lúcia Murat, conta no documentário Uma longa viagem. No filme aparecem as duas versões da viagem de Heitor (interpretado por Caio Blat). A que podia ser escrita nas cartas para uma família de classe média da época e as entrevistas feitas com ele pela irmã, nas quais ele conta suas experiências na “swinging London” do final dos anos 1960, o mergulho nas drogas no Afeganistão e na Índia dos anos 1970 e a prisão na Holanda por tráfico de entorpecentes. Dessa forma, o documentário mostra as duas faces das conturbadas décadas de 1960 e 1970: de um lado, a repressão dos Anos de Chumbo no Brasil; de outro, os excessos da psicodelia na Europa e na Ásia. | ||
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