segunda-feira, 30 de maio de 2011

O horror da Segunda Guerra em cenas reais

Documentário francês sobre o maior conflito da história traz imagens de época inéditas que retratam o trágico impacto do embate na vida dos civis




   Quando a série Apocalipse foi ao ar na televisão francesa, em setembro de 2009, tornou-se um sucesso de público e crítica. Exibido em seis episódios, o documentário de Isabelle Clarke e Daniel Costelle foi montado exclusivamente com imagens de arquivo restauradas e passadas para alta definição. Selecionados dentre um total de 650 horas de filmes, esses registros vieram de 46 coleções diferentes, do mundo inteiro.

   Mais da metade das imagens é inédita, e as cenas surpreendem por retratar a população civil durante o conflito. Muitas das sequências, originalmente em preto e branco, foram colorizadas – com exceção das referentes ao Holocausto.

   Não há entrevistas ou gravações contemporâneas. O documentário é todo construído pela sucessão de cenas históricas. Inevitavelmente, o filme mostra a guerra do ponto de vista francês, com ênfase na movimentação de suas tropas, suas estratégias e alianças.

   Os seis episódios saem agora no Brasil em uma caixa com três DVDs. O período abordado vai de 1933, quando Hitler se torna chanceler, até a fase final da guerra, de 1944 a 1945, com o desembarque dos Aliados na Itália e o ataque nuclear americano ao Japão. A própria imagem do apocalipse.
Apocalipse – Redescobrindo a Segunda Guerra Mundial (#Apocalypse – La Deuxième Guerre Mondiale#, França, 2009, 312 min). Direção: Isabelle Clarke. Distribuição: Log On.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Um passeio pelas ruas da Roma antiga

Site disponibiliza maquete digital da capital do maior império da Antiguidade nos tempos de Constantino

   Em 1900, o arquiteto francês Paul Bigot construiu uma maquete de gesso de 70 m2 recriando a cidade de Roma na época de Constantino, no início do século IV. O trabalho foi bem acolhido pelos arqueólogos na época e acabou doado para a Universidade de Caen, na França. Agora, mais de 100 anos depois, o modelo ganhou uma versão virtual, que pode ser acessada no site da instituição.

   A versão digital foi atualizada por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores nas áreas de ciências sociais, Antiguidade, audiovisual e computação e tem a vantagem de poder ser modificada de acordo com o surgimento de novas descobertas arqueológicas e históricas. A ideia dos pesquisadores foi recriar a cidade de Roma em diferentes estágios de evolução, incluindo etapas de construção e desenvolvimento urbano.

   A maquete de Bigot foi feita na época em que ele vivia na Villa Medicis, palácio que abrigava a Academia Francesa em Roma. O local foi administrado, durante certo período, pela Escola de Belas-Artes de Paris, onde o arquiteto se formou.
http://www.unicaen.fr/cireve/rome/pdr_maquette.php?fichier=video_presentation

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A incrível fuga de um gulag soviético

Estreia no dia 13 o filme O caminho da liberdade, que retrata a trajetória de um grupo de prisioneiros que escapou de um dos famosos campos de concentração da Sibéria



O diretor australiano Peter Weir é autor de produções que marcaram o público em diferentes épocas: do sentimental Sociedade dos poetas mortos ao emblemático O show de Truman, que surgiu no início da moda dos reality shows. Em O caminho da liberdade, que chega na sexta-feira, dia 13, aos cinemas brasileiros, Weir leva às telas o incrível périplo realizado por um grupo de prisioneiros que conseguiu fugir de um gulag soviético, em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, na Sibéria.

Depois de conseguir escapar do campo de trabalhos forçados, os sete homens, de diversas nacionalidades, percorreram a tundra siberiana, os planaltos da Mongólia, o deserto de Gobi, os picos do Himalaia, a Muralha da China, até atingir seu objetivo final: a Índia, então sob dominação inglesa. No total, a travessia somou mais de 6.500 km. Muitos não conseguiram chegar até o fim.

O filme foi baseado nas memórias de um desses homens, Slamovir Rawicz, um oficial do exército polonês que foi capturado em 1939 e mandado para o gulag na Sibéria. Seu livro, publicado em 1956, vendeu mais de 500 mil exemplares e foi traduzido para 25 línguas. Mas o relato teve sua veracidade questionada por alguns pesquisadores. O que não se pode negar é que a aventura é, pelo menos, digna de cinema.
CAMINHO DA LIBERDADE [The Way Back, Estados Unidos, 2010]. Direção: Peter Weir. Distribuição: Califórnia

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tesouro maia escondido na Guatemala

Pesquisadores da Alemanha acreditam que ruínas de antiga capital maia estejam submersas no fundo do lago Izabal

   

No lago Izabal, na Guatemala, há o equivalente a 8 toneladas de ouro que submergiram junto com as ruínas de uma suposta capital maia, há 2.600 anos. A indicação aparece no Códice de Dresden, importante documento produzido pela civilização pré-colombiana e estudado exaustivamente durante 40 anos por um professor emérito da Universidade de Dresden, Alemanha, o matemático Joachim Rittsteig.

   Não se sabe como o documento chegou à Europa, mas, segundo os dados da Biblioteca Real de Dresden, o texto foi obtido de um colecionador em 1739, em Viena, Áustria. O manuscrito tem 74 páginas e inclui anotações sobre matemática, astronomia e religião. Acredita-se que seja o livro mais antigo das Américas.

   Segundo Rittsteig, uma das passagens do códice descreve a ruína da capital maia, chamada Atlan, depois de um terremoto ocorrido em 666 a.C., quando 2.156 barras de ouro teriam afundado no lago guatemalteco. O acadêmico alemão reuniu um grupo de arqueólogos para tentar recuperar o suposto tesouro, avaliado em US$ 290 milhões (quase R$ 500 milhões). Para a equipe, patrocinada pelo jornal alemão Bild, a corrida do ouro está aberta. Segundo os maias, o fim do mundo está marcado para 21de dezembro de 2012.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O surgimento da rainha do lar no Brasil

Pesquisa mostra como, na década de 1950, a culinária passou de trabalho para serviçais a símbolo de status para donas de casa da elite nacional



   A imagem da dona de casa sempre à beira do fogão não é tão antiga no Brasil quanto imaginam as novas gerações. Essa é uma das conclusões da dissertação de mestrado de Débora Santos de Souza Oliveira, que analisa a transmissão do conhecimento culinário no Brasil urbano do século XX e foi defendida no ano passado no Departamento de História da USP.

   Segundo a pesquisadora, foi só na década de 1950 que a dona de casa brasileira entrou na cozinha para fazer doces e comidas mais delicadas, já que até então esse era um espaço reservado às criadas. A mudança de hábito se deu graças à diminuição do trabalho doméstico proporcionado pelo surgimento e popularização de eletrodomésticos e produtos industrializados, que tornaram mais rápida a preparação de alimentos. A partir de então, “surgiu o desejo de inserção no mundo moderno. As pessoas queriam comer aqui o que se comia em Paris. Foi a época do estrogonofe”, afirma Débora. A dissertação pode ser acessada na página do banco de teses digital da USP: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-27042010-141556/en.php