segunda-feira, 27 de junho de 2011

Macedônios, exímios construtores

Pesquisadores descobrem que o povo de Alexandre, o Grande conhecia técnicas refinadas de construção e já utilizava o cimento três séculos antes que os romanos


   Os macedônios são conhecidos como grandes guerreiros e conquistadores – basta pensar em Alexandre, o Grande. Mas uma descoberta recente revelou outra faceta desse povo que habitava a região da Grécia e da Anatólia na Antiguidade. Eles eram construtores experientes e já faziam cimento três séculos antes dos romanos.

   A descoberta foi feita graças à análise de tesouros vindos da Grécia para uma exposição no Museu Ashmolean (www.ashmolean.org), em Oxford, Inglaterra. As peças faziam parte de um complexo funerário pertencente à dinastia de Alexandre, o Grande.

   A mostra “De Hércules a Alexandre, o Grande”, que fica em cartaz até o fim de agosto, reúne o material recém-coletado nos sítios arqueológicos de Vergina (nome atual), a primeira capital da Macedônia (Aegae), datados dos séculos VII a IV a.C. A cidade permaneceu desconhecida até 30 anos atrás, quando foram encontradas as tumbas de Felipe II e seu neto, Alexandre IV, e localizado o complexo real.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Egito e os ecos da revolução

País africano está preparando uma exposição sobre os recente levantes que derrubaram o ditador Hosni Mubarak



   Para mostrar que as manifestações que reuniram milhares de pessoas no início deste ano no Egito já entraram para a história do país, o ministro de Antiguidades, Zahi Hawass, anunciou a preparação de uma exposição de arte dedicada à chamada Revolução de 25 de Janeiro, que levou à renúncia do ditador Hosni Mubarak.

   A ideia é começar pelo Egito e depois seguir por outros 14 países europeus, até ficar instalada permanentemente no Museu Nacional da Civilização Egípcia (NMEC). “Ainda estamos decidindo como será a mostra”, disse Hawass. Ela deve reunir obras de arte e peças arqueológicas que remetam aos eventos políticos recentes, assim como fotografias da multidão reunida na praça Tahir e dos mortos da revolução, acompanhadas de objetos pessoais.

   A revolução acabou deixando outras marcas nos museus e sítios arqueológicos do país. Durante os dias de tumulto, criminosos aproveitaram a situação para saquear parte do acervo do Museu do Egito, no Cairo. Algumas das peças já retornaram, mas “ainda há 37 artefatos desaparecidos”, afirmou Zahi Hawass. “Um relatório final ainda está sendo elaborado, badeado na análise de locais de armazenamento em todo o país”, diz ele

terça-feira, 14 de junho de 2011

Zamperini, o sobrevivente

Trajetória de vida do corredor americano preso pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial vai virar filme



   Se há alguém que pode ser chamado de sobrevivente é Louis Zamperini, corredor americano preso pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Sua história virou livro e em breve chegará aos cinemas, já que a produtora Universal comprou os direitos de sua biografia, Unbroken, escrita por Laura Hillenbrand.

   Filho de imigrantes italianos, Zamperini era um delinquente juvenil até se tornar corredor. Depois de competir pelos EUA nas Olimpíadas de 1936, teve a carreira esportiva interrompida ao ser convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Em 1943, o avião onde estava caiu no oceano Pacífico.

   O corredor passou 47 dias no mar até ser resgatado pelos japoneses. Foi preso e só não acabou decapitado por ter sido reconhecido como atleta. Mas isso não impediu que fosse enviado a outra prisão, onde ficou até o fim da guerra, sofrendo torturas diárias. Na volta, sofreu de estresse pós-traumático, mas hoje, aos 94 anos, dá palestras e entrevistas contando sua trajetória de resistência.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Satélite revela novas pirâmides no Egito

Projeto pioneiro de mapeamento a partir de fotos tiradas do espaço identifica mais de 3 mil sítios arqueológicos desconhecidos no país



   Há quase uma década, a professora Sarah Parcak, da Universidade do Alabama, vem utilizando fotografias tiradas por satélite para localizar e estudar sítios arqueológicos em várias partes do globo. Na última semana, a pesquisadora apresentou os resultados de seu projeto mais ambicioso: construir uma espécie de “planta” completa do Antigo Egito a partir desse tipo de imagem.

   Não poderia ter dado mais certo: a equipe de pesquisadores do Sepe (Survey and Excavation Projects in Egypt – Projetos de busca e escavação no Egito), grupo de especialistas liderado por Parcak, localizou nada menos que 17 novas pirâmides e mil tumbas desconhecidas. Além disso, imagens em infravermelho ajudaram a identificar estradas e agrupamentos urbanos que pareciam perdidos. É o caso da cidade antiga de Tanis, atualmente San El Hagar, que teve o traçado original de suas ruas revelado pelas modernas tecnologias.

   Ao todo, são cerca de 3100 sítios arqueológicos que, se não fosse por fotografias tiradas a 700 km de distância da superfície terrestre, provavelmente continuariam soterrados no deserto.

   A partir de agora, o projeto vai seguir em duas frentes: por um lado, os pesquisadores tentarão localizar outros sítios arqueológicos, soterrados em locais de localização mais difícil. De acordo com declarações da professora Parcak ao site da rede britânica BBC, é o caso de assentamentos que foram encobertos pelo lodo trazido pelo Nilo, o que dificulta o uso de técnicas como o infravermelho.

   A segunda frente de trabalho é a mais óbvia: o grupo agora precisa escavar os milhares de novos sítios e recolher os objetos que forem encontrados. Afinal, isso é algo que as modernas tecnologias ainda não podem fazer pelos arqueólogos.